Luzia
1992
15 anos. Foi essa a idade que Luzia se casou. Para muitos, a ideia de uma jovem de 15 anos assumindo responsabilidades conjugais pode parecer distante e até impensável, mas essa era a realidade da menina que morava em Macaparana.
Durante a infância, a família de Luzia morou em um sítio onde seu pai era caseiro. O local era muito distante da cidade e de acesso a trabalho e estudo, então ela e seus 2 irmãos viviam uma vida monótona dentro de casa e ajudando nas tarefas.
Vendo a situação da família, a madrinha de seu pai o chamou para trabalhar no seu sítio. A senhora tinha um terreno de produção de cana e propôs que toda a família fosse trabalhar e morar no local.
Aquela era a oportunidade de dar uma condição de vida melhor para sua esposa e seus 3 filhos, não demorou muito e todos eles se mudaram. Ao chegar viram que o local era imenso, muitas pessoas e até famílias inteiras viviam lá.
Todos os trabalhadores conviviam em comunidade. Desde banhar até assistir filmes ao ar livre, tudo eles faziam em conjunto. Luzia lembra nitidamente de tomar banho de rio com Sérgio e seus irmãos, ainda crianças, essa é a primeira lembrança que tem do menino que viria a ser seu marido e agressor.
Estima-se que 27% das mulheres de 15 a 49 anos já passaram por algum tipo de violência doméstica pelo menos uma vez na vida desde os 15 anos no mundo todo.
Sergio e Luzia se conheciam desde sempre, ele não morava na comunidade mas como grande parte da cidade, frequentava o local e os benefícios que a dona do dava para quem trabalhava lá. Desde a chegada na fazenda, Sérgio gostou da menina. Com 3 anos de diferença, os pensamentos já eram diferentes. Enquanto Luzia pensava em brincar e aproveitar os momentos com as crianças ao seu redor, Sérgio já tinha outra cabeça. O menino era ambicioso, pensava no futuro e com quem ele poderia construir uma vida. Em uma comunidade tão pequena era comum que as pessoas se casassem com conhecidos, amigos e até primos. Mas não era comum que esse pensamento viesse tão cedo quanto foi para Sérgio.
Ao passar do tempo Sérgio foi desenvolvendo um sentimento maior por Luzia, cada vez mais sua doçura e leveza o encantavam. Luzia diz que era muito espontânea e ele não gostava, pensava que com a maturidade ela iria se conter.
Com 18 anos, Sérgio conseguiu um cargo na Prefeitura da cidade. O feito foi motivo de destaque na região e várias pessoas passaram a admirar e respeitar o jovem. Mesmo que ele não trabalhasse mais no sítio ele continuava para estar perto da jovem morena de cabelos longos.
Quando Luzia estava prestes a completar 15 anos, ela começou a namorar com Sérgio. “Não pensava muito em namorar, mas foi aquele namorico que virou primeiro beijo e primeiro tudo”
Segundo ela, antes mesmo de oficializar, eles já demonstraram interesse um no outro, mas Sérgio não se contentou, ele insistiu que tivessem um compromisso oficial.
Sérgio era um jovem bonito e inteligente, parecia um bom partido. Luzia acreditava estar vivendo um conto de fadas, suas idealizações de futuro seriam perfeitas ao lado dele.
No início do namoro, o rapaz respeitava os limites que os pais dela impuseram. Não havia saídas sozinhos Em 4 meses de namoro, ele já expressava seu desejo de casar, conversava com Luzia sobre o assunto e mesmo com a vontade mútua não poderiam realizá-la ainda. Os pais de Luzia teriam que autorizar, Sérgio os conhecia e já imaginava que certamente não iriam deixar o casamento acontecer se não tivesse por uma razão.
No relacionamento, Sérgio levava Luzia para passear e apresentava um mundo fora da bolha em que ela convivia. Um dia ele a levou para uma festa na cidade, o evento aconteceu a noite e quando terminou já estava muito tarde para que a menina voltasse para casa. O namorado sugeriu que ela dormisse na casa dele, como era a única opção e ela aceitou.
Mal sabia ela que aquele momento seria decisivo para a sua relação. O dia em que Luzia foi para festa e nunca mais voltou para casa. Os dois passaram a noite juntos e não fizeram nada, não houve nenhuma investida por parte do rapaz e ele a respeitou em todo momento.
Foi somente no dia seguinte que o casal pensou na repercussão que aquilo daria. Uma jovem passar a noite na casa de seu namorado significava só uma coisa. “Se chegasse perto, se deixasse só já era pra casar, porque achavam que já tinha acontecido alguma coisa, já era uma perdida. Eu pensava muito diferente deles, tanto que hoje eu sou uma mãe liberal”
Pensando em preservar a reputação de Luzia, Sérgio se prontificou a se casar.
Antes que ela tivesse tempo para pensar, Sérgio dominou a situação e avisou que iria conversar com o pai dela para que pudessem se casar.
Luzia acreditava que ele estava fazendo aquilo para proteger sua honra, mas olhando para trás percebe que ele manipulou tudo para que aquilo acontecesse e eles tivessem uma boa razão para casar.
"O perfil de personalidade da vítima a gente não pode identificar, ou seja, toda mulher pode ser vítima de violência doméstica. Identificando o potencial agressor é possível que a gente consiga já no início analisar isso, sair da relação e evitar uma violência maior. "
O pai de Luzia pensou que seria uma atitude impulsiva, mas levando em consideração as opiniões da cidade era o melhor a se fazer.
Em uma semana Sérgio e Luzia estavam casados, normalmente demoraria mais tempo para que o processo de habilitação de casamento fosse autorizado, mas como o rapaz trabalhava na prefeitura, teve seus privilégios. Já que Luzia era menor de idade, seus pais autorizaram de forma legal que se casasse. Não houve cerimônia, nem casamento religioso como Luzia sonhava, mas ela imaginava que dali em diante seu sonho de ter um casamento feliz iria se realizar.
Como tudo ocorreu sem planejamento, o casal ainda não tinha onde morar, portanto foram morar na casa da família de Sérgio. Ele morava com a mãe e cinco irmãos.
Aos poucos, Luzia foi conhecendo a dinâmica da família e a forma como se tratavam. Eles discutiam, eram rudes e tinham costume de gritar uns com os outros. Mas concordavam em uma coisa: que a mãe fizesse todas as atividades de casa sozinha.
Ela viveu com a família do marido por um ano, naquele ano presenciou momentos que a deixaram em choque sobre a relação familiar do marido. “Eu nunca tinha visto aquilo, eles se tratavam muito mal. Eu via muito isso e era coisa que não tinha na minha família”
Nenhum deles nunca a destratou, o clima da casa não era dos melhores, mas Luzia tinha esperança de que as coisas mudariam quando ela e Sérgio fossem para uma casa própria.
Em 2022, a própria residência foi considerada o local mais perigoso para as vítimas de agressão
Em pouco tempo, eles descobriram uma gravidez. A felicidade tomou conta do casal, finalmente eles estavam construindo a família que sonharam.
Aos 8 meses de gravidez, Luzia percebeu que aquele sonho talvez não fosse o que ela esperava. A jovem começou a suspeitar que o companheiro estava a traindo, algumas conversas que ouvia dos vizinhos e amigos a deixaram em alerta. Não demorou muito para ela descobrir que uma amiga dela estava dando muita próxima de Sérgio.
Aquele momento foi uma virada na relação, Luzia ficou possessa, qualquer coisa que Sérgio fazia a deixava insegura. A vinda do filho foi um distração para a crise da vida conjugal, com o tempo dedicado ao neném não havia espaço para que Luzia fosse atrás das traições, mas mesmo assim sua mente nunca esqueceu da infidelidade.
Não muito tempo depois da primeira agressão, Sérgio batia na esposa por qualquer razão, por menor que fosse. Batia porque o irmão dele tinha ido em sua casa quando estava fora, batia porque ela tinha ido visitar a mãe, batia porque a casa estava suja.
“Ele era bem ruim assim para as coisas de casa, chegava em casa e contava tudo que tinha no armário, para ver se os irmãos tinham ido lá, se tinham comido, se minha mãe ou minha família tinha levado alguma coisa” lembra Luzia.
Depois de um tempo ela foi pega de surpresa com uma nova gravidez, ela não queria aquele filho, tentou se precaver para evitar mas não conseguiu. Na segunda gestação o marido parou de agredi-la fisicamente, o que deu uma esperança de que aquele filho trouxesse mais consciência para Sérgio. Logo que o menino nasceu, a expectativa de Luzia foi frustrada quando viu os velhos “hábitos” voltarem.
Os resquícios da vivência com um agressor não demoraram muito para aparecer, Luzia se afastou da família e começou a abandonar traços de sua personalidade. Ela passava a maioria dos dias dentro de casa com os filhos, saia esporadicamente para ir ao mercado e em eventos que o marido gostava. Suas vizinhas eram companheiras, todas eram donas de casa e eventualmente se encontravam na rua para papear. Com as poucas interações sociais, Luzia passou a viver numa bolha. A espontaneidade e simpatia, que eram características marcantes em sua personalidade, deixaram de existir.
Foram sete anos de casamento, dentre eles, nos últimos três Luzia vivia uma dualidade, entre querer acabar com aquelas condições e não saber como. Ao mesmo tempo que ela vivia momentos terríveis, ela vivia momentos bons e ainda nutria um sentimento pelo marido.
Apesar de ser violento, ele sempre proporcionou uma vida boa para ela e os filhos. Luzia não sabia reconhecer, mas estava fazendo parte do ciclo de violência. Após agressões verbais e físicas o marido ficava um tempo sem repetir aquele comportamento, nesse tempo ele era mais atencioso com ela como uma forma de tentar mostrar o papel de um bom marido e mantê-la naquela relação.

Ciclo da Violência:
1999
À princípio, Luzia não queria se separar do marido, pensava que o casamento tinha que ser para sempre. Mas depois de inúmeras tentativas frustradas de acabar com as agressões e traições, Luzia chegou a conclusão que o divorcio era a única solução. “Quando foi chegando o fim do casamento ele tinha 3 mulheres e ninguém podia falar nada” diz ela.
Foi um longo processo para Luzia se convencer de que não precisava ficar naquela relação só porque gostava dele. Seus pais tiveram muita influência nessa decisão, não porque a incentivaram a se separar, mas sim pelo exemplo. Luzia admirava muito a relação dos pais e via neles uma referência de casamento duradouro. No casamento de mais de 20 anos, seu pai nunca tinha desrespeitado a esposa, se eles poderiam viver por tanto tempo juntos sem cruzar a linha da violência porque ela não podia?
Sérgio. Era ele que a impedia de viver um casamento respeitoso, o marido não via nela uma pessoa que precisasse de apreço. A visão era a mesma que tinha pela mãe, alguém que estava ali com a obrigação de servir a suas vontades.
Quando percebeu que a separação era a única forma de escapar, Luzia se questionou como faria isso. Ela até conversou com algumas vizinhas no intuito delas apoiarem e testemunharem os abusos que ela sofria, mas todas negaram. A omissão foi um motivo de revolta para Luzia, toda a vizinhança sabia o que ela passava, mas ninguém queria se comprometer com Sérgio, que naquela altura do campeonato já era muito respeitado na cidade.
A indignação foi tanta que Luzia decidiu agir por si própria, em uma tarde ela foi escondida até o cartório da região e falou que queria se separar.
Atualmente as vítimas de violência contra a mulher têm direito a um acesso mais fácil e rápido ao divórcio devido à Lei Maria da Penha. Porém existem alguns requisitos para que seja dada a entrada na separação utilizando a lei, são eles:
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A mulher ter sido vítima ou ter sofrido com a violência doméstica
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A mulher não ter pretensão relacionada à partilha de bens, caso contrário, a ação de divórcio terá que ser uma ação comum
Caso a mulher tenha dado início a ação de divórcio antes de sofrer a violência e venha a ser vítima depois o processo continuará normalmente, podendo solicitar urgência ao juiz.
Como solicitar o divórcio por meio da Lei Maria da Penha?
É necessário que a mulher se encaminhe, o mais cedo possível, à Delegacia da Mulher ou à Delegacia de Polícia para registrar a ocorrência.
A autoridade policial do local informará à vítima todos os direitos em relação às medidas protetivas e também sobre o divórcio que ela poderá solicitar.
Após registrar o boletim de ocorrência, é importante que a vítima procure um advogado para que seja auxiliada com todos os documentos necessários e por meio dele, entre com a ação, com os pedidos que é preciso para sua segurança e bem estar emocional.
Em 1999, o ano em que Luzia se separou, a Lei Maria da Penha ainda não existia para assegurar um processo facilitado. Quando foi ao cartório, os funcionários pediram que ela fizesse uma queixa para embasar o pedido de divórcio. Luzia negou, disse que ninguém ia testemunhar a seu favor e a denúncia não ia resolver nada, só faria com que ele ficasse mais agressivo ainda.
Em pouco tempo a jovem teve que sair fugida de casa, tinha medo que o marido descobrisse que ela estava tentando se divorciar e fizesse algo para impedir. Ligeiramente ela juntou suas coisas e foi com os dois filhos para a casa de seus pais.
Mesmo sabendo que iria sofrer, ela foi em frente. Sérgio queria muito que ela voltasse, fez de tudo para que o juiz conseguisse uma reconciliação evitando a vergonha que seria ter um divórcio.
“Como ele era funcionário da prefeitura, tinha tudo do lado dele, advogado maior , tudo maior. Eles foram lá em casa começaram a investigar minha família, promotor de justiça ia lá. Minha mãe ainda tinha filho pequeno e ninguém tinha a carteira fichada (assinada) em casa e isso influenciava para me botar mais pra baixo.”
Em pouco tempo ela foi impedida de ficar com seus filhos com a justificativa que tinha abandonado o lar. O período de separação foi longo, tiveram muitas tentativas do estado para que ela voltasse atrás na decisão. A cidade toda descredibilizava a vontade dela pensando que o casal iria fazer as pazes.
Quando chegaram na audiência final, os advogados de Sérgio a atacaram, alegando que estava prosseguindo com o processo por interesse nos bens do marido. Luzia fez questão de falar em alto para todos presentes “Não quero nada, quero minha liberdade”. Com esse posicionamento foi mais simples chegar a uma conclusão.
O juiz não concedeu a guarda total para nenhum dos dois e as crianças foram separadas. Wallace, o mais novo, ficou com ela porque ainda mamava. Já Rubinho, o mais velho, ficou com ele. Ambos tinham dias definidos para passar com os dois filhos, mas Luzia diz que Sérgio nunca cumpria a regra.
2000
Após a separação Luzia vivia com medo, era constantemente intimidada pelo ex marido.. Ele queria que ela ficasse escondida, vivendo a vergonha de ser separada e durante um ano ela só saia de casa para ir trabalhar. Dali uns meses, Luzia não aceitou viver nas condições impostas por ele mais uma vez. Ela percebeu que tudo que ele dizia eram apenas ameaças que não iriam se concretizar e por isso decidiu ir embora da cidade.
A decisão de deixar os filhos foi dolorida, mas Luzia não via seu futuro naquela cidade, para ela as pessoas da região iriam limitá-la de viver novas experiências e ela sempre seria “a mulher divorciada”.
Então Luzia foi para Recife em busca de emprego. Ela começou a trabalhar como doméstica em uma casa de família, não ganhava muito mas era bem tratada. Viver em uma cidade grande era o sonho de Luzia, ter tantos lugares para ir e pessoas para conhecer a alegrava, já tinha vivido toda sua vida numa cidade pequena com apenas 20 mil habitantes.
Luzia fez algumas amizades na cidade e concretizou seu anseio por novas experiências. “Eu comecei a sair, ir para as festas, baladas, tava nem aí”, ela estava curtindo a juventude que lhe foi tomada quando se casou tão nova.
2001
Nessa nova vida, Luzia conheceu um homem muito bonito e imponente. Ele era amigo dos amigos dela, um caminhoneiro mais velho. Com Braz ela viveu um amor leve e descompromissado, não havia cobranças nem retaliações como ela estava acostumada. Diferente de outras pessoas que viveram relacionamentos abusivos, Luzia não se surpreendeu com a nova relação, para ela aquilo era o mínimo.
De tempos em tempos ele fazia suas viagens de caminhão, normalmente demoravam algumas semanas, mas isso não era motivo de preocupação para os dois. Ele era maduro e a deixava sem aflições quando estava fora.
Em uma volta de viagem, ele decidiu levá-la para conhecer sua família. Luzia se lembra que eles moravam bem distantes de Recife e viviam uma vida simples com ajuda do filho. Depois de dar esse passo, Luzia voltou para Recife e Braz foi para mais uma viagem, dessa vez passaria 2 meses longe.
Não demorou 3 semanas para que Luzia descobrisse que estava grávida. Braz já tinha expressado sua vontade de ser pai, mas definitivamente não era isso que Luzia queria no momento. Na época não tinha meios para contar a notícia para o namorado, a única opção era esperar seu retorno.
Quando estamos em uma situação determinante a percepção de tempo é diferente. Nesse caso, para Luzia o tempo passou devagar, dando espaço para que ela pudesse pensar e repensar sobre o fato umas mil vezes.
Luzia decidiu que seguiria com a gravidez mas não contaria para Bráz. Antes do primeiro mês a decisão já estava tomada, ela iria criar aquele bebê sozinha. O medo que Bráz tomasse a criança dela como aconteceu com o ex marido a dominou. Logo no momento ela pensou que já tinha superado, todos os gatilhos da separação retornaram com força.
O desejo de não comunicá-lo sobre a criança fez com que ela se afastasse de todos os amigos, ela sumiu do mapa. Alguns anos depois ela soube que Braz tinha procurado por ela quando voltou, mas não obteve sucesso.
Seus patrões a acolheram nesse momento delicado, deixaram que ela e o bebê morassem em sua casa e ajudaram a montar todo o enxoval. Desde a descoberta Luzia já acreditava que seria uma menina e realmente era. A pequena cresceu sem a presença do pai, hoje com 22 anos ela compreende o porquê da escolha.
2024
Depois de tantos anos, Luzia já se relacionou com vários homens, mas, ao menor sinal de toxicidade, ela coloca o pé no freio.
A intolerância é uma das sequelas que lhe restaram após o primeiro casamento. Essa atitude se estende para todos os homens de sua vida, incluindo seus filhos. Luzia enxerga muito do comportamento de Sérgio em seus dois filhos. A convivência e os ensinamentos passados pelo pai se mantêm presentes na vida dos filhos. Ela diz que o pior é o filho mais velho, Rubinho.
Ele foi casado e mantinha sua esposa como um objeto, mandava e desmandava no que ela poderia vestir e até onde poderia ir. Luzia tentava intervir na situação, para mudar o comportamento de Rubinho, mas por muito tempo foi taxada como a mãe/sogra enxerida, aparentando querer mandar na vida do filho.
Até que, em uma ocasião, ela presenciou o filho traindo a esposa. Aquilo foi o ápice, Luzia não se conteve e prontamente contou para a nora. Ela teve o apoio de Luzia quando decidiu se divorciar. Desde então, Luzia fica na cola do filho.
Por vezes, ele profere comportamentos machistas com a mãe, mas Luzia sempre se posiciona e tenta reeducá-lo dia após dia. A missão é difícil, mas ela sabe que, se não estiver ali, ele pode repetir o comportamento agressivo do pai.